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43% dos portugueses fizeram compras online no ano passado

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26.01.2023

Da análise dos dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) e pelo Eurostat, conclui-se que, em 2022, 43% dos indivíduos fizeram compras através da Internet (mais 2 p.p. do que no ano anterior). O crescimento anual verificado foi inferior ao registado em 2021 (+7 p.p.) e em 2020 (+6 p.p.), anos marcados pela alteração de comportamentos dos consumidores resultante da pandemia COVID-19.

Cerca de 25% dos indivíduos nunca fizeram compras pela Internet. Por outro lado, cerca de 9% dos indivíduos fizeram vendas online.

Portugal era o 21.º país da União Europeia (UE27) no que respeita a percentagem de indivíduos que fizeram compras online nos últimos 3 meses e o 23.º país em vendas online.

Quanto aos produtos físicos mais encomendados pela Internet, destacaram-se:

  • O «vestuário/calçado» (66%) - Portugal na 14.ª posição do ranking da UE27.
  • As «refeições entregues ao domicílio» (42%) - Portugal na 7.ª posição do ranking da UE27.
  • Os «Produtos de cosmética, beleza e bem-estar» (28%) - Portugal na 10.ª posição do ranking da UE27.
  • Os «computadores, tablets, telemóveis, equipamento informático complementar ou acessórios» (27%) - Portugal na 5.ª posição do ranking da UE27.

Os «equipamentos desportivos» foram os produtos que mais desceram face ao ano anterior (-6 p.p.).

Entre os produtos digitais mais encomendados, destacaram-se os «filmes, séries ou programas de desporto para download ou subscrição online» (38%) - Portugal ocupou a 7.ª posição do ranking da UE27 na compra deste tipo de produtos digitais.

Quanto aos serviços contratados pela Internet, destacaram-se:

  • Os «serviços de alojamento» (36%) - Portugal na 7.ª posição do ranking da UE27.
  • Os «bilhetes para eventos culturais ou outros, como cinema, concertos, feiras» (32%) - Portugal na 11.ª posição do ranking da UE27.
  • Os «serviços de transporte» (32%) - Portugal na 12.ª posição do ranking da UE27.

Os indivíduos com níveis de escolaridade elevados, maiores rendimentos, empregados ou estudantes apresentaram uma maior propensão para efetuar compras e vendas através da Internet. Este perfil é semelhante ao da média da UE27 e manteve-se face ao ano anterior.

Durante 2021, cerca de 18% das empresas portuguesas com 10 ou mais pessoas ao serviço receberam encomendas através de redes eletrónicas (-1 p.p. que a média da UE27 e +2 p.p. que no ano anterior). Estas encomendas representaram 17% do volume de negócios (igual ao ano anterior).

Embora a maioria das empresas receba as encomendas através do seu website/app, cerca de 9% das empresas analisadas rececionaram encomendas através de portais de comércio eletrónico ou plataformas digitais (via apps) utilizadas por várias empresas.

Segundo os dados mais recentes referentes a 2021, 93% dos indivíduos inquiridos não tiveram qualquer dificuldade na realização de encomendas através da Internet. O «tempo de entrega das encomendas» (3%) e a «entrega de bens ou serviços danificados ou errados» (3%) foram os problemas mais referidos em compras online.

A principal barreira à utilização do comércio eletrónico foi a «preferência pelo contacto pessoal, força de hábito ou fidelidade aos clientes habituais», seguindo-se o «não haver necessidade de comprar online» e as «preocupações com a segurança dos pagamentos».

Mais de metade das empresas que efetuaram vendas a clientes de outros países da UE manifestaram alguma dificuldade no processo (mais 28 p.p. que o registado no inquérito anterior), sendo que os principais problemas referidos foram os «custos elevados de entrega e devolução de produtos» (33%) e as «dificuldades relacionadas com o sistema de IVA nos países da UE» (24%).

Comércio Eletrónico em 2022

Consulte:
Relatório O comércio eletrónico em Portugal e na União Europeia (segmento residencial e empresarial) – 2022