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Reclamações sobre serviços de comunicações voltam a subir

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30.05.2023

No primeiro trimestre de 2023, a ANACOM registou cerca de 28,5 mil reclamações escritas contra os operadores, mais 4% (mais cerca de mil reclamações) do que em igual período de 2022. Trata-se do primeiro aumento, face ao período homólogo, desde há mais de um ano, motivado sobretudo pelas comunicações eletrónicas, que se mantêm as mais reclamadas, com 20,2 mil reclamações (71% do total de reclamações), mais 5% face ao primeiro trimestre de 2022. As reclamações sobre serviços postais também subiram 1%, situando-se nas 8,2 mil (29% do total).

O livro de reclamações eletrónico foi o meio mais utilizado para reclamar e aquele que mais aumentou a sua utilização

O livro de reclamações eletrónico permanece o meio mais utilizado (64%) – os utilizadores de serviços apresentaram 18,2 mil reclamações através deste meio no primeiro trimestre de 2023, mais 5% face a igual período de 2022. O livro de reclamações físico foi utilizado em cerca de um terço das reclamações registadas pela ANACOM (32%) e também viu aumentar a sua utilização no período em análise (+2%). O serviço de atendimento da ANACOM representou 4% das reclamações registadas por esta Autoridade, tendo diminuído neste período (-8%).

Lisboa foi o distrito que apresentou maior taxa de reclamação, Guarda a menor

O distrito de Lisboa registou cerca de 35 reclamações por 10.000 habitantes, seguido de Setúbal, com 32, entre os distritos com maior taxa de reclamação. Do lado oposto, Guarda registou a menor taxa, com 7 reclamações por 10.000 habitantes. Nas regiões autónomas, a taxa de reclamação foi de cerca de 15 reclamações na Madeira e 12 nos Açores.

COMUNICAÇÕES ELETRÓNICAS

Vodafone foi o operador mais reclamado, todos os principais operadores viram aumentar o volume de reclamações

A VODAFONE foi o operador que registou mais reclamações em termos absolutos (36%, cerca de 7,3 mil reclamações, mais 4%) e por mil clientes (2 reclamações). A MEO foi o operador que registou o maior aumento (+8%), com 6,1 mil reclamações apresentadas contra este operador (30% do total de reclamações do sector). O mesmo número de reclamações foi registado contra a NOS, que apresentou uma taxa de reclamação de 1,8 reclamações por mil clientes no primeiro trimestre de 2023 e também viu aumentar as reclamações neste período (+3%). A menor taxa de reclamações continuou a pertencer à MEO (1,1 reclamações por mil clientes).

Aumento do preço do serviço foi o motivo que mais impulsionou as reclamações nas comunicações eletrónicas

As reclamações sobre o aumento do preço do serviço anunciado pelos principais operadores no primeiro trimestre do ano foram as que mais aumentaram (9 pontos percentuais), tendo este motivo representado 11% das reclamações do sector neste período. Ao todo foram apresentadas 2,1 mil reclamações sobre o aumento de preços, mais 1,8 mil reclamações face a igual período de 2022.

Em destaque permanecem ainda as questões sobre transparência contratual, tendo a falta ou desconformidade da informação sobre os preços, serviços e funcionalidades, responsável por 3% das reclamações do sector, registado também um aumento neste período (+1 ponto percentual).

Demora na resolução de falhas nos serviços foi o motivo mais reclamado contra todos os principais operadores

A demora ou reparação deficiente de falhas nos serviços foi o motivo mais reclamado pelos utilizadores de serviços de comunicações eletrónicas, responsável por 3 mil reclamações (15% do total), e dominou em todos os operadores de serviços mais reclamados – mencionada em 15% das reclamações contra a MEO e a NOS e em 13% das reclamações contra a VODAFONE.

No top 5 dos motivos mais reclamados no sector das comunicações eletrónicas no primeiro trimestre de 2023 estão também a demora do tratamento de reclamações (liderada pela VODAFONE), as falhas no serviço de acesso à Internet fixa (lideradas pela NOS), o aumento do preço do serviço (liderado pela VODAFONE) e as falhas na televisão por subscrição (lideradas pela MEO).

SERVIÇOS POSTAIS

CTT foram os mais reclamados

No primeiro trimestre de 2023, os CTT foram responsáveis pela grande maioria das reclamações registadas pela ANACOM no sector postal, tendo motivado 6,9 das 8,2 mil reclamações deste sector (84%). O conjunto de outros operadores menos reclamados foi o que mais aumentou neste período (+34%), representando ao todo 9% das reclamações do sector, com destaque para a General Logistics (com 3% das reclamações do sector), a UPS (com 2%) e a CEP II (com 1%). A DPD representou 7% das reclamações registadas e também viu aumentar as reclamações neste período (+14%).

Falta de tentativa de entrega no domicílio dominou as reclamações no sector postal

A falta de tentativa de entrega no domicílio foi o motivo mais mencionado nas reclamações sobre serviços postais (18% do total de reclamações do sector). Os atrasos na entrega (+5 pontos percentuais) e o extravio (+4 pontos percentuais), em particular o extravio de correio registado nacional (+2 pontos percentuais), foram os motivos que mais aumentaram face ao primeiro trimestre de 2022.

Saiba mais:
Reclamações sobre serviços de comunicações – 1.º trimestre de 2023